sexta-feira, 13 de julho de 2018

Musical Apps em iPad - Sim, têm limites também!




      Talvez porque eu seja do tempo que tínhamos que saber programar sintetizadores para tirar deles o melhor, administrar multitimbralidade para criar playbacks MIDI mais eficientes, driblar polifonias limitadas, seja o motivo pelo qual eu me encanto com os pros das novas tecnologias e acabo relevando totalmente os contras, os limites. Musical apps em iPad têm limites e defeitos? Claro que têm, e por enquanto alguns problemas ainda não foram resolvidos.
      Ainda existe, mesmo no iOS, uma minúscula latência, obviamente nada comparado à latência que existe em musical apps em Android e que tende a sumir em iPads mais novos e melhores, mas atacar um timbre em hardware com software dedicado, não é exatamente a mesma coisa que tocar um timbre de musical app num teclado externo MIDI no iPad, principalmente para timbres mais pesados como pianos, abrindo e segurando harmonias com pedal de sustain.
      Quando usamos vários apps ao mesmo tempo, às vezes alguns se desligam do nada, então temos que chama-los novamente. Outros apps, também quando chamados com outros, têm latência maior dependendo da ordem que os chamamos, assim, às vezes temos que desligar um app, chamar um segundo, e depois chamar novamente o primeiro.
      Enfim, não se iluda, a ferramenta é maravilhosa, o custo-benefício, sensacional, os timbres são pesados, realistas, profundos, mas existem limites, sim, o que não impede você de montar um set básico que realize com eficiência o papel que um teclado em hardware com software dedicado faria.
      Aplicativos musicas em iPad, em computador, e mesmo engenhos digitais em teclados, nunca, mas NUNCA substituirão um Grand Piano, um Hammond B3, um Rhodes, um Minimoog Model D, um Yamaha DX7, ok? Que isso fique claro e que entendam (aqueles que insistem em interpretar equivocadamente) que nós, usuários de musical apps em dispositivos móveis, sabemos disso.
      Mas um Hammond B3 também era considerado limitado por organistas eruditos que usavam Órgãos de Tubos, sintetizadores analógicos, quando foram lançados, talvez não agradacem os tecladistas que queriam um instrumento portátil que simulasse com mais realismo uma flauta ou um flugelhorn, mas hoje o que era cópia limitada adquiriu identidade e os digitais emulam a todo custo, veja timbres cujos nomes são repetidos em teclados de modelos e marcas diferentes.
      Assim, tenhamos a mente aberta, sai de nós preconceitos (e críticas ridículas que chamam o usuário dessa ferramenta de raiz e o outro de Nutella, seja lá o que isso signifique), usemos tudo junto e misturado. Quem tem boa música como prioridade, não como arma vaidosa em jogo de poder, e que não quer ter o set mais caro só pra dizer que tem o melhor, revela talento genuíno se faz um bom trabalho com a ferramenta que tem em mãos, assim como mostra inteligência se usa um set com bom custo-beneficio.

Zé Osório #músicosqueusamipad

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