Neste primeiro vídeo, os 32 patches originais (ROM 1) do teclado Yamaha DX7 mk I e os 64 patches originais do teclado Yamaha DX7 II (a partir dos 11 min) executados pelo aplicativo musical KQ Dixie.
A desafinação em alguns timbres do DX7 II ocorrem por dois motivos: em primeiro lugar porque o engenho para iOS é para emular o clássico DX7 mk I, assim ele não tem recursos como micro-tuning. Em segundo lugar, pelo mesmo motivo do primeiro, é que alguns timbres são para serem usados em combinação com outros, já que o DX7 II é multitimbral podendo fazer dual ou split de 2 timbres, assim na combinação, a desafinação colabora para o timbre final e não é tão percebida, mas as desafinações também ocorrem num teclado Yamaha DX7 mk I original, quando recebe certos SysExs do DX7 II.
Serei bem sincero, amo o DX7, e como em primeiro lugar pianista, amo pelos E.P.s FM, principalmente os sinados. Se eu pudesse teria todos os modelos de teclados e módulos Yamaha FM originais como coleção. Tenho equipamentos das linhas Yamaha DX/TX desde os anos 80, foram mais de dez, alguns me arrependo amargamente de ter vendido, hoje só tenho um módulo Yamaha TX7. Contudo, este aplicativo para iPad recria o timbre com perfeição, e não só de um, mas de muitos DX e TX, se for só para ter o timbre, esse app realmente basta. No LINK, as diferenças entre o DX7 e o DX7II.
Neste outro vídeo, aplicativo musical Audio Evolution Mobile gravando 8 instâncias do aplicativo musical KQ Dixie, 8 instrumentos diferentes de um engenho de síntese FM de 6 operadores, 8 timbres originais do teclado Yamaha DX7:
1. Kick
2. Snare
3. Hi-hat
4. Bass
5. Brass Synth
6. Synth Lead
7. E.P. Fulltines
8. Warm Strings
Cada som foi gerado por uma instância de um engenho FM de 6 ops, não baseado em samples. As pistas são MIDI, não de áudio, portanto é como ouvir 8 teclados Yamaha DX7 ou 8 módulos Yamaha TX7 tocando simultaneamente.
Áudio gravado pelo musical app AUM, imagem gravada diretamente da tela pelo iPad 5 MIDI teclado Roland A30. Os timbres são programações em SysEx dos teclados originais. Tema original e execução, José Osório de Souza.
Musical App Figure - divertido, free e surpreendente, quantidade e qualidade de timbres que muito pago não tem, 26 kits de bateria, 52 baixos e 69 leads. Facilmente criamos frases de até 8 compassos com 1 drum pattern mais 2 arpejadores (bass & lead), várias possibilidades de ajustes nas batidas e arpejadores permitindo uma variação enorme de linhas rítmicas e melódicas.
• Toque em diferentes tonalidades e modos, ajuste uma vez ou enquanto toca
• Use o arpejador para criar linhas de melodias e acordes
• Incremente o Shuffle para dar “molho” às batidas
• Ligue o Pump para adicionar “club sound” às pistas
• Salve, pesquise e carregue arquivos de músicas
• Ajuste tamanho do loop (1,2,4,8 compassos)
• Exporte áudio para iTunes File Sharing
• Compartilhe música no Allihoopa
• Partes do Bass & lead usam Propellerhead Reason’s Thor synthesizer
• Drums powered by Reason’s Kong drum machine
• Suporta Audiobus: áudio Stream live diretamente para outros apps compatíveis com Audiobus
Os 10 timbres do aplicativo musical AutoPad, disparados na tela do iPad 5, acompanhando 10 leads FR (programados pelo Fabio Ribeiro) do aplicativo musical Poison-202 MIDI no teclado Roland A30, áudio gravado pelo aplicativo musical AUM, imagem gravada diretamente da tela pelo iPad 5, José Osório de Souza.
Quer conhecer a sonoridade de 12 pianos acústicos famosos e de qualidade? Conheça os aplicativos musicais de pianos da Crudebyte, Colossus e CMP Grand Piano. Veja em qual piano real cada modelo disponível nos aplicativos é baseado:
01. Concert Grand – Bechstein 280 - 14 GB
02. Baby Grand - Schimmel Model 108 - 6 GB
03. Japanese Grand - Yamaha C7 - 1,6 GB
04. Classic B Grand - Steinway B-112 - 950 MB
05. Historic S Grand - Seiler Model SE278CO - 820 MB
06. Upright Piano - Steingraeber Mod. 100 - 3,4 GB
A Crudebyte, dos pianos Colossus e CMP Grand, e do orquestral sinfônico iSymphonic, entrega em 20 presets 1,1 GB de amostras de órgãos de tubos litúrgicos, com 28 stops para ajustes pessoais e criação de novos timbres, mais efeitos profissionais dedicados a pipe organs em catedrais, além dos recursos Hermode Tuning e ajustes MIDI detalhados para uso de teclados externos para controlar o aplicativo na configuração mais pessoal e mais realista.
Aplicativos Musicais Session Band: crie músicas inteiras com até quatro pistas com instrumentos diferentes mais metrônomo escolhendo entre estilos musicais variados e biblioteca de acordes, escolhendo a cifra e o lugar no compasso e na música. Salve a música e use como playback para jams ou solos.
1. Na tela principal, clique no ícone “barras paralelas” acima e à direita para carregar música pronta ou estilo.
2. Para chamar um novo estilo, use a opção “Create New Style”, se estiver uma música na 1a. tela ela será perdida, uma mensagem aparecerá alertando para salvar a música.
3. Para cada estilo você pode escolher músicas prontas na coluna da direita.
4. Escolha o estilo na coluna da esquerda e clique na opção “Apply Style” para aplicar o estilo a uma música existente na 1a. tela. Veja no exemplo abaixo que a música “Garota Ipanema” mudou do estilo “Medium Latin” para “Fast ECM”, as cifras são as mesmas, mas mudou o estilos e suas respectivas pistas com instrumentos.
5. Algumas músicas disponibilizam partituras em PDF, para isso clique no ícone PDF.
6. Na tela princpal, cloque no ícone “mixer” embaixo à esquerda para mixar e automatizar os vários instrumentos de cada estilo. Clique em “Off” para desligar a automatização, e em “On/Write” para ativar ou gravar a automatização. Clique em “M” e em “S” para desligar ou deixar em solo um instrumento específico. Use os sliders para ajustar os volumes.
7. Na tela principal, clique no 2o. ícone embaixo à esquerda para salvar, carregar, compartilhar, exportar ou abrir para nova programação (“New” que faz a mesma coisa que a opção “Create New Style”) de música.
8. Na tela principal, use os 3o. e 4o. ícones embaixo no centro para executar música e voltar ao início dela.
9. Na tela primcipal, clique em “n BPM” para ajustar o andamento da música. Deslize o círculo em vermelho para ajustar e clique nele para voltar à tela principal.
10. Na tela primcipal, clique no último ícone embaixo á direita (o lápis) para criar e editar a harmonia da música.
11. Clique no ícone com o ponto de interrogação “?” para que o app dê dicas de operação, depois use as setas para cima e para baixo para caminhar entre as dicas, ou dê um clique na dica. Para sair das dicas dê um duplo clique.
12. Pressione e segure na barra final do cifra, até a barrinha vertical azul aparecer, para criar novos acordes.
13. No teclado musical, escolha o acorde e rolando horizontalmente a 1a. barra, escolha entre tipos de acordes da biblioteca de cifras. Além da cifra para harmonia tem-se opções de batidas e viradas de bateria, Normal, Drum, End, dependendo do estilo, para isso role horizontalmente a 2a. barra.
14. Pressione dois pontos, sobre a cifra, segure e aumente ou diminua o número de tempos que o acorde ocupa no compasso, afastando ou aproximando os pontos.
15. Clique na cifra e pressione o “x” à esquerda acima dela para apagar o acorde.
16. Clique em “C”, debaixo do ponto de interrogação, para transpor as cifras, não o áudio, de C para Bb e Eb, isso facilita tocar com outros instrumentos como saxofones, que precisam ser tranpostos quando tocados com piano.
17. Clique duas vezes sobre a cifra ou cifras para ficarem verdes, então clique no ponto (barra vertical no fim de uma cifra) para aparecer “Paste”, clique em “Paste” para copiar as cifras em verde para outra posição na música.
18. Os dois ícones acima na tela inicial: “?” dá dicas de operação do app; ícone com o livrinho, dá informações sobre os músicos que gravaram os instrumentos do app.
19. Clique em “REC” (para ficar vermelho) e grave áudio da música, depois da gravação uma tela é disponibilizada para escolha do destino da gravação. Clique em “1,2,3”(para ficar verde) para que um compasso em branco toque antes da gravação. Desligue na tela mixer o metrônomo para que não seja gravado.
O Session Band disponibiliza 14 aplicativos para estilos diferentes, até o momento, alguns packs podem ser adquiridos em bundles, que ficam em preços melhores que se comprando os apps individualmente.
Um clarinete, o sintetizador analógico Minimoog Model D, o sintetizador digital Korg Prophecy e o engenho Minimod do musical app para iOS Syntronik da IK Multimedia: quatro momentos dos instrumentos musicais
Quando os primeiros teclados eletrônicos foram usados, muitos se colocaram contra, dizendo ser cópias ruins de instrumentos acústicos. Diga-se de passagem, as primeiras simulações de sopros e cordas de orquestra, feitas por sintetizadores analógicos, se tornaram clássicas, mesmo limitadas, hoje toda boa biblioteca de teclado eletrônico possui simulações desses timbres, que adquiriram identidade própria e respeito. Com musical apps em iPad é semelhante, mas principalmente pela vaidade de alguns preferindo ter set em hardware que todos podem ver, ao invés de programas escondidos dentro de computadores, valorizando músico mais pelo que ele tem do que pelo que ele toca.
Infelizmente, essa oposição não acontece principalmente por parte de leigos, que não conhecem o assunto, mesmo que sejam leigos que não se assumam como tais, assim como não acontece por parte de excelentes músicos, os quais respeitamos mesmo que não tenham se atualizado sobre o assunto. Essa oposição vem de “falsos” músicos e mesmo de donos de bandas, que trabalham com música, mas parecem não entender muito do assunto, que acham que se não houver set em hardware imenso e da moda, a banda não será valorizada.
Digamos não aos hobbistas profissionais, que até são bons músicos, mas que ganham só para alimentar a vaidade de colecionar e exibir sets caros em hardwares, e não sobrevivem de fato do ofício, e nada de errado há em ser hobbista. Que se assumam então como hobbistas e parem de promover referências equivocadas. Digamos não aos fabricantes e “bussiness’s peoples”, que insistem em nos vender monstros de Frankstein, caros e limitados. Digamos não a parecer e sim a ser, músico fazendo boa música com ferramentas boas e acessíveis.
Usemos melhor nossa grana, principalmente nessa situação econômica que nosso país atravessa, invistamos em estudo sério e aquisição de instrumentos acústicos, pianos, orquestrais, etc, e se em eletrônicos, em em dedicados mais puros, como clonewheels e sintetizadores. Esses sim, nunca sairão de moda, sempre serão relevantes, e sempre nos ensinarão mais sobre o que instrumentos eletrônicos, digitais e virtuais, sejam em hardware, software ou aplicativos musicais, fazem e querem fazer, imitar bem os originais.
Mas penso ser só uma questão de tempo, à medida que iPad fique mais acessível e que outros fabricantes, que não só a Apple, entreguem dispositivos mais eficientes para executar aplicativos musicais, os tradicionais fabricantes de instrumentos eletrônicos em hardware sentirão nos seus lucros o peso de concorrentes à altura. Esses tradicionais fabricantes, principalmente os japoneses, que já vivem fases ruins há mais de dez anos, na minha percepção, alguns fecharão as portas, outros diminuirão seus negócios, mas muitos se adequarão. Como foi nos primeiros anos da chegada da música digital, quando os CDs ainda tiveram lucro vendendo reedições de álbuns em vinil e coletâneas da carreira dos grandes artistas, assim será, como já tem sido há algum tempo, com as marcas lançando em apps versões de equipamentos dos anos 1970, 1980 e 1990. Mas o melhor, ao meu ver, é aperfeiçoar e baratear controladores MIDI e interfaces, com variedades de teclas, pads, sliders, botões, switches e conexões, para servirem aos engenhos em musical apps dentro de dispositivos móveis. A verdade é que o software virou espírito livre, se libertou, e pode possuir o corpo que quiser, assim como compartilhar corpos com outros. Um hardware só podia receber software da marca A? Agora engenhos de marcas A, B e C podem habitar o mesmo processador e interagirem, e isso a um custo menor, podendo ser atualizados sempre e estando totalmente ligados à internet e ao mundo virtual. Como na vida humana, ninguém mais tem exclusividade sobre algo, e o que dá originalidade não é o que temos, mas o que fazemos e somos.
Musical app CMP Grand Piano da Crudebyte - por menos de R$ 100 você tem 4 ótimos modelos de pianos acústicos que cobrem todos os estilos musicais, 2 no pack base e mais 2 em compras internas, 4,4 GB de amostras no total:
1. “Jazz Piano" (CMP Jazz Piano), um piano brilhante, mais pop, programação de amostras menos longas com pedal.
2. “Grand Piano" (Steinway D Concert Grand Piano), timbre mais aveludado, para erudito e romântico, naquele padrão de bom Grand Piano entregue por hardwares e softwares. Esses 2 primeiros pianos com 1,7 GB de amostras.
3. “Concert Grand" (Bechstein A190), muito realista e cheio de identidade, o melhor do app, profundo e com um resto de harmônicos magnífico, 1,6 GB de amostras.
4. “Upright Pianino" (Petrof Pianino), sonoridade realmente de piano de armário, difícil de achar tanto em hardwares quanto em softwares, 1,1 GB de amostras.
Polifonia de 140 vozes estéreo, 17 presets de efeitos, editor de curva velocidade MIDI que adequa com exatidão seu teclado externo ao som do app, além de outros recursos.
No vídeo, áudio de nove musical apps gravado pelo musical app AUM (estéreo). A imagem foi gravada diretamente da tela pelo iPad 5, áudio e imagem editados pelo app Perfect Video. O iPad 5 está conectado via MIDI no teclado Roland A30, a música usada foi “Somewhere over the rainbow”, tocada por José Osório de Souza.
Comparamos nove musical apps com pianos acústicos de qualidade (os apps não estão em ordem de melhores para piores):
- iGrand Piano Grand Piano 1 (677,2 MB?*) IKMultimedia
* Informações disponibilizadas pelos desenvolvedores
Usar o termo “comparação” para denominar um vídeo com timbres de engenhos diferentes, não é totalmente adequado, para compararmos de forma mais científica, precisariam ser amostras dos mesmos pianos, marcas, modelos e idade. Dessa forma, um vídeo demonstrando vários engenhos, é para que possamos escolher o que mais agrada nosso gosto pessoal. Ainda assim, o que escolhemos pode não ser a melhor amostragem de pianos, apenas um timbre que nos toca mais. Pode nem ser o melhor som de piano para iPad, já que para isso precisaríamos ter a referência de um verdadeiro piano, e não dos timbres que muitos de nós nos acostumamos em hardwares e softwares, assunto da matéria da última edição da Teclas & Afins, “Pra que você quer um bom timbre de piano?”. A realidade é que o que muitos denominam como timbre “top” de piano digital, é o mais maquiado, mais “arredondado”, mais facilitado, mais domado para se tocar. Um timbre real de piano acústico tem muito mais interação de elementos de som que muitos imaginam, ao mesmo tempo que possui uma integridade em toda a extensão e tocado nas várias articulações, quando ouvimos o som acústico puro e real, sem amplificação ou interferências eletrônicas.
Penso que podemos avaliar um engenho sob três aspectos: o primeiro é com relação às especificações técnicas oferecidas pelo fabricante ou desenvolvedor. Esse primeiro aspecto é confiável? Sim, números são números, números não mentem, e em se tratando de engenhos baseados em amostragem digital, grandes números representam samples maiores, de mais qualidade, portanto, representando (ou devendo representar) com mais fidelidade o que se pretende samplear.
Samplear um piano acústico é gravar as 88 notas em várias articulações, que variam entre a dinâmica PP a FF, termos musicais que se referem ao som com baixo volume, PP ou pianíssimo, e volume mais forte, FF ou fortíssimo. Em termos físicos, quanto mais força nas teclas, mais volume de som em todo o mecanismo do instrumento, isso inclui trabalhar com três grandezas físicas nas teclas, velocidade no toque, profundidade desse toque e tempo que se segura a tecla pressionada depois, de forma que as cordas não sejam abafadas e continuem vibrando. Um tecla pressionada até o fim, com profundidade, mas lentamente, produzirá pouco volume, por outro lado, uma tecla pressionada com velocidade mas só até metade, com pouca profundidade, também produzirá pouco volume de som. É preciso causar um impacto duradouro, velocidade, profundidade e por algum tempo, para que haja volume maior, já que o som não vem das teclas, mas das cordas que são atacadas pelos martelos acionados pelas teclas.
Para se chegar próximo a todas as possibilidades timbrísticas de um piano, faz-se amostras de todas essas instâncias, incluindo samples sem e com o pedal de sustain pressionado. Quando o pedal está pressionado, existe uma ressonância simpatética da corda ou das cordas (já que em alguns casos mais de uma corda é usada para produzir o som de uma unica nota) que sofreram o ataque do martelo, com todo o corpo do piano, principalmente de outras cordas que também vibram por empatia de frequências, mas também de todos os materiais que constróem o mecanismo de um piano acústico. Por isso tantas camadas por teclas acessadas em “velocities” (velocidades) diferentes num piano digital, mas ainda assim, um piano real é bem mais que isso, que software, pois depende também da interação de teclas com os geradores digitais, o hardware dos teclados usados como controladores MIDI.
O segundo aspecto da avaliação é como o som do engenho soa em gravações e nos PAs. Em vídeos de demonstração, se houver honestidade de quem os gravou, gravando todos os engenhos da mesma maneira, com os mesmos equipamentos, poderemos achar alguma verdade no som, ou pelo menos uma mentira comum, de forma que possamos fazer uma comparação justa. Todavia, muitas vezes, engenhos caros e sofisticados soam pior em gravações e PAs que engenhos mais baratos ou mais econômicos, em termos de recursos, por isso, antes de comprar, é importante, se possível, o músico tocar ele mesmo e ouvir, diretamente dos monitores ligados ao engenho. Fiar-se a vídeos de demonstração pode não ser confiável, quanto mais profissional o vídeo, maior pode ser a mentira sobre a qualidade do engenho demonstrado.
O terceiro aspecto sobre como avaliar um engenho é como o engenho funciona na prática pessoal de cada músico, no caso de softwares de pianos, como soam debaixo de nossos dedos em um teclado controlador MIDI, sua tocabilidade, sua faixa de dinâmica e principalmente a interação de som com sensibilidade das teclas que estamos usando. Obviamente outros aspectos podem tendenciar nossa eleição de qual engenho é melhor, que nada têm a ver com a qualidade do som que ele produz, como o design e o painel que ele tem para dar acesso aos seus recursos. Isso, contudo, só interfere em nossa escolha num primeiro momento, mesmo que o design não seja o mais bonito ou o acesso a seus recursos não seja intuitivo, o som de mais qualidade nos fará usar mais um engenho, sobre outros, depois. (Bem, isso é pelo menos o que acontece com músicos mais informados, os mais rasos podem ser influenciados pela imagem que aparece na tela, como acontece com o revestimento externo e móvel em instrumentos musicais em hardware, como órgãos eletrônicos).
Os melhores pianos para iOS?
Os pianos da IK Multimedia funcionam com facilidade e são bons nos três aspectos, as amostras não são curtas, aparecem bem em vídeos e PAs e respondem bem nas 88 teclas. No SampleTank, o Grand Piano 1 é mencionado como um piano de cauda alemão, o Grand Piano 2 como um piano de cauda japonês e o Grand Piano 3 como um Baby Piano (1/4 de cauda) japonês. Pela sonoridade semelhante, entendemos que o Grand Piano 1, Grand Piano 2 e Baby Grand do pacote Pro do SampleTank são os mesmos pianos Grand Piano 1, Grand Piano 2 e Baby Grand do app iGrand Piano. Já dentro do SampleTank, o Grand Piano 1 do pack inicial é o mesmo Grand Piano 1 do pack Pro, mas o Grand Piano 2 do pack Pianos tem uma cor diferente do Grand Piano 2 do pack Pro, assim como o Grand Piano 3 do pack Pianos tem uma diferença ainda maior do Baby Grand do pack Pro. O chamado Baby Grand é melhor, com mais detalhes no timbre e samples que soam maiores, mas isso para quem quer e valoriza um timbre diferente daquele padrão de Grand Piano.
Os pianos acústicos do iSymphonic e do BeatHawk surpreendem, soam muito bem, têm equilíbrio de graves, médios e agudos, aliás, muitos não conhecem esses pianos. No caso do iSymphonic, porque é um aplicativo direcionado a timbres de orquestra sinfônica, propósito que cumpre com excelência, mas poucos adquirem o pacote de piano, e os timbres são ótimos. O BeatHawk tem um sequenciador MIDI eficiente é fácil de usar, já vem com um banco inicial de instrumentos e loops suficientes pra começar a fazer música, principalmente EDM, assim quando adquirimos o pacote de piano, esperamos um timbre mais econômico, contudo, surpreende. O piano tem o DNA do Ravenscroft 275, obviamente, não igual, mas muito bom, já que ambos são da competente desenvolvedora UVItouch.
O Colossus Concert Grand, o que mais necessita de ajuste na curva de velocity (talvez por ser o que tem mais camadas de velocidade por tecla), e o Korg Module Ivory Mobile Grand, ambos os que ocupam mais memória para suas amostras, possuem o recurso “Sympathetic String Resonance” (ressonância de cordas simpatéticas**) bem acentuado e realista, sendo no Korg Module ajustável pelo “Damper/Layer Level”. Esse recurso nos permite ouvir os harmônicos soando, depois que paramos de tocar e mantemos o pedal de sustain pressionado. O Colossus tem também o recurso “Hammer Thank” sampleado, ruído do pedal de sustain sendo pressionado e retornado ao descanso, com volume ajustável, um luxo exclusivo desse app. O contra desses aplicativos é o custo, o Korg Module mais o Ivory Mobile Grand, fora de promoção, sai +/- R$ 230,00, já só o modelo Concert Grand do Colossus sai R$ 169,90.
Contudo, o Ravenscroft 275, ocupando menos memória em relação ao Colossus Concert Grand (será que na prática, a qualidade desse modelo do Colossus, é realmente proporcional ao seu gigantesco tamanho?) e ao Ivory Mobile Grand do Korg Module, é o mais prazeroso de se ter debaixo dos dedos, em nossa opinião. Responde bem nas oitenta e oito teclas, em todas as articulações, sons longos com boa ressonância de cordas simpatéticas. Fizemos questão de não customizar nenhum dos timbres, a não ser zerar efeitos de reverb em todos os apps, mas pouco precisamos fazer com a curva de velocity do Ravenscroft 275 para deixá-lo perfeito, e muito se pode fazer com o ajuste “timbre” para dar ao som a cor que desejamos criando praticamente um novo piano.
Quanto aos MKSensation e o soundfont usado no Bismark bs-16i, estão relacionados para constarem na comparação, mas é óbvio que são timbres de menor qualidade em relação aos outros, amostras curtas que até são funcionais para bater estilos rítmicos, mas que não convencem para notas longas. Mas o MKSensation, com três rimbres instalados, incluindo o Ac Pno, é grátis, já o Bismark bs-16i custa R$ 32,90, e pode receber soundfonts bem usáveis achados para download gratuitamente na internet, melhor que muito timbre de teclado em hardware relativamente caro, assim ambos têm um custo benefício que pode ser interessante.
Considere o preço de todos os pianos, alguns você terá que comprar um pacote inicial para só depois adquirir o pacote de piano, como o iSymphonic, o Korg Module e o BeatHawk. O Korg, fora de promoção, é caro para a qualidade dos timbres que vêm inicialmente, em nossa opinião. O iSymphonic justifica o preço, apesar de ser focado em timbres sinfônicos, possui instrumentos de altíssimo nível e um bom pack de Pianos. O BeatHawk, em nossa opinião, é o que tem ótimo custo benefício para quem quer timbres e um sequenciador MIDI ágil e competente, recurso que o SampleTank, por exemplo, mesmo com uma boa coleção de timbres gerais, não tem. Outros aplicativos são bons, mas têm poucos timbres, como o Ravenscroft 275 e os modelos do Colossus (poucos e caros en relação aos packs do iGrand Piano e SampleTank Pro), outros, como o MKSensation e o Bismark bs-16i, não são tão fortes, mas são gratuitos ou baratos. Outros ainda, como os iGrand Piano e o SampleTank Pro, têm um bom custo benefício, reunindo qualidade, quantidade e preço.
** Como saber se um engenho tem Ressonância de Cordas Simpatéticas: com efeitos reverb, delay e outros desligados, toque algumas notas e segure com os dedos sem usar o pedal de sustain, deixe soar por algum tempo e ouça as frequências de harmônicos que continuam soando. Depois toque as mesmas notas, com a mesma articulação, mas com o pedal de sustain pressionado e ouça o som que vai continuar soando. Com o pedal de sustain acionado, você deverá ouvir mais sons de harmônicos e por mais tempo, num nível de volume mais baixo, mas dando ao timbre um corpo realista. Alguns engenhos, como teclados em hardware, usam um efeito de reverb especial para criar a ressonância de cordas simpatéticas, como o efeito “Damper Reso” do Yamaha S90ES e outros equipamentos da marca, esse recurso é interessante, mas não é o sampleamento de instâncias reais de notas com pedal de sustain pressionado. Quando sampleado, o recurso adiciona uma camada ao tamanho de memória usado num timbre, o que o torna mais pesado e caro.
José Osório de Souza / Revista Teclas & Afins Agosto de 2018