terça-feira, 30 de abril de 2019

Apps AUv3 Effects




      Três musical apps da Blamsoft de efeitos AUv3, F-16 Filter, ZeroChorus e ZeroReverb, notas MIDI pelo musical app Atom para timbre de E.P. do musical app KQ Dixie.



      Musical apps ZeroChorus, DC-9 Overdrive e ZeroReverb da Blamsoft num timbre de órgão do musical app KQ Dixie (FM synthesis) recebendo notas MIDI do musical app Atom.



      Musical app GyroVibe, demo dos 16 presets, um AUv3 Effect de chorus, flanger, wah, vibrato etc, que pode ser usado por exemplo com o musical app AUM. App AUv3 MIDI gerando notas para timbre de Piano-Strings do musical app Bismark bs-16i. 



      Efeitos do musical app DubFilter (Amazing Noises), notas MIDI enviadas pelo musical app Photon AU para o musical app Bismark bs-16i.


      
      Demonstração do musical app F-16 Filter AUv3 num timbre do musical app Poison-202 recebendo notas MIDI do musical app StepBud AUv3, com bateria do musical app Vatanator.

Áudio gravado pelo musical app AUM, imagem gravada diretamente da tela pelo iPad 5
José Osório de Souza

Apps AUv3 MIDI

      Musical apps AUv3 MIDI são boas ferramentas de gravação e manipulação MIDI para serem usadas dentro do app AUM, são step time sequencers e mapeadores de CC, basicamente, eis alguns:

      1. Atom | Piano Roll de Victor Porof  o mais completo, várias instâncias com canais MIDI diferentes podem ser chamadas, permite até gravação em tempo real (pena que não grava CC 64 do pedal de sustain e tem limite de 40 compassos por pista), seus dados são salvos com o AUM. 



      2. Photon AU de Anthony Saunders: uma só chamada abriga 6 pads (pistas) aliadas a canais MIDI distintos, cada pista deve ser salva nele mesmo.



      3. StepBud - AUv3 MIDI Sequencer de Cem Olcay  um sequencer por steptime típico, bom para gravações mais rápidas, não precisa de teclado para entrada de notas.



      4. O mfxConvert faz parte de um linha de apps do desenvolvedor Audeonic Apps que entrega varias ferramentas de manipulação de mensagens MIDI, ele converte Notas, Program Change, Control Change e outras mensagens MIDI. O app mfxPitch altera a afinação de notas, assim permite tocar a nota original mais duas, 24 meios tons acima ou abaixo, com volumes e atrasos programáveis, acordes de três notas podem ser gerados a partir de uma, executadas juntas ou arpejadas. 



      5. O RouteMIDI de Brian Howarth cria pistas MIDI e permite que elas sejam roteadas para sons de hardwares externos dentro de DAWs como o AUM. 

      Esses aplicativos musicais não transformam o AUM num DAW completo, mas se aproxima bastante, e dependendo do tipo de trabalho musical que se quer fazer, é suficiente. 


App Atom Piano Roll MIDI AUv3



      É claro que não substitui um DAW como Cubasis, Audio Evolution, Garage Band etc, mas pra quem como eu que ama o AUM, o app Atom Piano Roll permite gravação MIDI dentro do AUM. Com “grid” entre “bar” e 1/256 (incluindo tercinas), o AUv3 faz gravação não só por step mas praticamente em tempo real, seus dados são armazenados no “save” do AUM com instâncias por canal MIDI. No vídeo 4 instâncias do Atom enviando notas MIDI para 6 instâncias do Bismark bs-16i. Uma boa combinação, estável e cheia de recursos, AUM + Atom + Bismark bs-16i.



      Na imagem acima, uma boa utilização do AUv3 Atom com o app Bismark bs-16i: 4 pistas do Atom enviam notas para 6 instâncias do Bismark, em 6 instrumentos diferentes. Além disso, outras duas instâncias do Bismark são tocadas ao vivo, no exemplo roteadas na interface Steinberg UR22 mk II, usando as pistas do Atom como playback, permitindo a combinação de 2 timbres diferentes em tempo real. Ao todo, 8 instrumentos distintos do Bismark são usados simultaneamente disponibilizados pelo AUM.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

App Objeq

      O musical app Objeq permite manipulação fantástica principalmente em timbres de bateria e percussão, mesmo transformando um som eletrônico num timbre mais acústico. No app AUM (só) pode ser chamado como AUv3 (no círculo de efeitos) assim pode ser usado em vários fluxos simultaneamente. 



      No vídeo, app DRC em 4 instâncias AUv3 mais 1 timbre Inter-App (num total de 5 timbres simultâneos), com 2º timbre (snare) processado pelo musical app AUv3 effect Objeq e 5º timbre processado pelo musical app AUv3 Zero Reverb. Os quatro primeiros timbres recebem notas MIDI do musical app AUv3 Photon AU, o 5º timbre é tocado ao vivo por teclado Roland A30 MIDI no iPad 5. Áudio gravado pelo app AUM, imagem gravada diretamente da tela pelo iPad 5.



      Neste outro vídeo, um synthbass arpejado do musical app iSem recebe do Objeq uma sonoridade “amadeirada”, as notas MIDI vem do musical app Atom. Também no vídeo, musical app Samplebot com cinco samples, originais, gravados e editados nele, processados pelos AUv3 Effects LRC5 (equalizador), ZeroChorus e ZeroReverb, mais musical app Esoteric Synth e GliderVerb criando efeitos espaciais atonais incríveis.

App DRC

      Grande som, painel intuitivo, simples e eficiente, inclui variedade de ajustes para performance diretamente na tela do iPad. Ser AUv3 é um recurso fundamental para aproveitarmos melhor a biblioteca de timbres de um aplicativo, o DRC permite que até 4 instâncias sejam chamadas simultaneamente em apps como o AUM. Arpejador e efeitos delay, reverb e chorus. A função “learn” alia programação em tempo real do engenho com teclado e outros equipamentos MIDI externos, muito útil para manipulação dos poderosos parâmetros do engenho com facilidade. A versão inicial é gratuita, assim uma coleção bem útil de timbres pode ser usada prontamente, mas com compras adicionais outras coleções podem ser adquiridas, assim como o destravamento da programação do engenho. 

- AUv3 (para Garage Band, AUM, NS2, Cubasis etc)

- Até 8 vozes de polifonia 

- Dois osciladores principais, um sub-oscillator e mais um noise source

- Detune, sync e ring modulation

- 4 pole self resonant low pass Ladder Filter

- 2 pole multi-mode filter (LP, HP, BD, NOTCH)

- 2 LFOs e dois geradores de envelopes modelados analógicos 

- Stereo Tape Delay com time modulation

- Lush Stereo Reverb com modulation e self growing decay

- Estéreo real, modo chorus multi modelado analógico 

- Arpejador com 4 modos, sincronismo de tempo e função “hold”

- Sync para external MIDI clock

- MIDI clock out

- Audiobus 

- Ableton Link 


      O musical app DRC é um sintetizador polifônico analógico virtual poderoso que recria o som característico de um sintetizador analógico, entregando um conjunto de parâmetros mínimo, mas poderoso, para capacidades sônicas limitadas, mas incríveis. Com tecnologia “cloud preset sync”, o DRC permite sincronizar os patches pelos dispositivos facilmente. Com esse poderoso recurso, você inicia o processo criativo em um dispositivo e continua em outro, sem problemas.



      No vídeo, app DRC em 4 instâncias AUv3 mais 1 timbre Inter-App (num total de 5 timbres simultâneos), com 2º timbre (snare) processado pelo musical app AUv3 effect Objeq e 5º timbre processado pelo musical app AUv3 Zero Reverb. Os quatro primeiros timbres recebem notas MIDI do musical app AUv3 Photon AU, o 5º timbre é tocado ao vivo por teclado Roland A30 MIDI no iPad 5. Áudio gravado pelo app AUM, imagem gravada diretamente da tela pelo iPad 5.


Apps mfx Series (Audeonic Apps)

      O mfxSeries é um conjunto de plugins compactos mas poderosos para hosts CoreMIDI ou AUv3. Cobrindo uma gama de casos de uso de tarefas comuns de manipulação de MIDI do dia a efeitos criativamente ambiciosos. Cada plugin no mfxSeries pode ser controlado e automatizado a partir do host, já que todos os controles são expostos como parâmetros AUv3.



      Musical app AUv3 mfxPitch no musical app AUM criando tríade (acorde de três notas) a partir de uma nota tacada no musical app Bismark bs-16i, o acorde também pode ser arpejado definindo-se tempo de atraso (delay) da 2ª e 3ª notas criadas. 



      Um timbre de violão de cordas de nylon do musical app Bismark bs-6i trabalhado com vários apps AUv3 no musical app AUM:


- o musical app Photon AU gera uma sequência de notas MIDI (solos), num ciclo de 5ªs, 

- o musical app mfxPitch adiciona a cada nota outras duas, intervalos de 3ª M e 5ª J, criando uma tríade maior ligeiramente arpejada,

- por último o musical app LRC5 filtra frequências do timbre deixando-o ainda mais violão acústico.




      O musical app mfxConvert converte mensagens MIDI, notes, aftertouch, controllers, program change, channel presure, pitchbend, mais song select, start, continue e stop, por canal MIDI. No exemplo da imagem acima conversão da informação de pedal de sustain acionado da função “hold” para “modulation”, assim no app Galileo 2 pode-se usar o pedal de sustain para mudar o emulador de leslie de slow para fast e vice-versa, uso bem comum para timbres de órgão. O AUv3 tem “learn” que facilita o ajuste.

O áudio foi administrado e gravado pelo app AUM
Imagem gravada diretamente da tela pelo iPad 5
José Osório de Souza

quinta-feira, 25 de abril de 2019

App Navichord



      No vídeo, musical app Navichord enviando acorde com canais MIDI por nota para 5 instâncias do musical app SynthMaster Player chamadas e gravadas pelo musical app AUM.



      O musical app Navichord sustenta acordes manualmente ou executa sequência pré-gravada (perfeito para worship), possui dez bons instrumentos, incluindo pianos, strings, órgãos e coral, duas partes multitimbrais (teclado e pad). Também controla apps externos separando voz do acorde por canal MIDI, assim até cinco notas do pad mais uma nota do teclado podem controlar até 6 apps externos ou 6 partes MIDI diferentes de um mesmo app.


Imagens gravadas diretamente da tela pelo iPad 5

Composição e Execução, José Osório de Souza

App Navichord na AppStore

App Photon AU

5 vídeos com o AUv3 Photon AU no app AUM



      Musical app AUv3 Photon AU mandando notas MIDI pelo musical app AUM para nove instâncias do musical app SynthMaster Player Pro:


- pad 1: kick drum e 2 percussões arpejados, 3 instâncias 

- pad 2: synthbass com arpejador, 1 instância

- pad 3: synthbrass com acorde, 1 instância

- pad 4: bells arpejado e synthstring, 2 instâncias

- pad 5: synthlead, 1 instância (real time record)

- pad 6: flutelead, 1 instância (real time record)


      Áudio mixado e gravado pelo musical app AUM, execução no teclado da tela do AUM.




      Musical app Photon AU enviando notas MIDI para 6 apps: SynthMaster Player, Minimoog Model D, Poison-202, Kauldron, Kaspar e DRC. Áudio administrado e gravado pelo musical app AUM. A execução dessa cena pesou um pouco no iPad 5 128 GB, ouve-se alguma falta de sincronismo em momentos onde muitos apps tocam simultaneamente. 




      Musical app AUM com app Photon AU enviando notas MIDI para três instâncias do app Bismark bs-16i mais uma instância do Bismark bs-16i tocada ao vivo no teclado do AUM.




      Musical app Photon AU mandando notas para duas instâncias do musical app SynthMaster Player e uma instância do musical app Poison-202, mais uma instância do musical app Poison-202 tocada ao vivo pelo teclado Roland A30, áudio gravado pelo musical app AUM




      Musical app Photon AU AUv3 enviando MIDI para musical apps EGDR606 (drums) e KQ Dixie (bass) pelo musical app AUM que grava áudio desses apps mais do SynthMasterPlayer.


Dicas


      Clique em “Configuration” e depois em “Out: Thru Only” e mude essa opção para “Out: Individual” para que os pads enviem informações para apps em canais MIDI diferentes. Esse ajuste fica meio escondido, a princípio pode ser difícil de achar ainda que muito importante.


      No momento, o “save” do Photon só salva um pad/frase de cada vez, assim é preciso salvar até 6 vezes para ter 6 arquivos MIDI individuais dos pads. O “load” carrega cada arquivo no “buffer”, assim a cada carga deve-se executar um “Assign” para disponibilizar o arquivo MIDI no pad, isso tem que ser feito até 6 vezes para que toda a música seja restabelecida. Conforme informou o desenvolvedor Tony Saunders, está sendo providenciado um próximo update do app para que isso seja feito de um jeito mais fácil, isso é, “save” e “load” que salve e carregue todos os arquivos MIDI de uma única vez e diretamente dos e nos pads. 


      O ajuste do parâmetro “Tempo Div” na tela “Pad Controls” do app Photon permite adequação de figuras rítmicas com muitas possibilidades criativas, transformando, por exemplo, semibreves em semicolcheias etc. O andamento do app Photon é comandado pelo tempo do app AUM, assim ajuste-o no parâmetro da tela principal do AUM localizado acima, no canto esquerdo. 


Todos os vídeos, imagens gravadas diretamente da tela pelo iPad 5

Composição e Execução, José Osório de Souza

Tutoriais Músicos que usam iPad

1. App AUM com Photon AU 


2. App AUM gravando multipistas do SampleTank  


3. App AUM Gerenciando Aplicativos 


4. App Bismark bs-16i Carregando Soundfonts 


5. App Bismark bs-16i Importando e Exportando sf2 


6. App Audio Evolution Mobile gravando MIDI 


7. Apps SessionBand 


9. App MIDIflow Ajustando Volume 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

O que é síntese FM? - Por dentro de um Yamaha DX7


 1. Operadores - Modulador e Portador

          A Síntese FM foi descoberta em 1967 por John Chowning na Univerisdade de Stanford (USA), a Yamaha adquiriu os direitos e a usou em seu instrumentos musicais. Síntese FM é uma abreviação para síntese de modulação de frequência. Apesar da síntese FM ser digital, ela não usa amostras digitais de áudio pré-gravadas como fundamento de sua arquitetura de som, ela não é baseada em samples. Ela também, nos sintetizadores das linhas Yamaha DX/TX originais dos anos 1980, não usa filtros, ajustados pelos parâmetros chamados nos sintetizadores de “cutoff” e “resonance” para adicionar ou cortar frequências, recursos convencionais que permitem deixar o timbre com sonoridade mais fechada ou mais aberta (brilhante), que aparecem, por exemplo, naqueles “sweeps” dos timbres chamados “polysynth”. 
      Na síntese FM timbres são criados combinando formas de ondas puras (onda senoidal no Yamaha DX7 original), essa combinação é feita através dos algoritimos. Algoritmos são organizações diferentes de grupos de operadores, que podem dispo-los em posição horizontal, como em síntese aditiva, ou em posição vertical. Nesse segundo caso é onde o primeiro operador chamado de modulador (“modulator”) modifica a frequência do segundo operador, chamado de portador (“carrier”), assim uma terceira forma de onda é criada com a combinação de duas. Novas formas de ondas criam novas e mais complexas frequências criando timbres diferentes. O que diferencia, por exemplo, um timbre de trompete de um timbre de órgão, são os conteúdos de frequências de suas formas de onda.

2. Síntese FM original não usa filtros

      Na época, 1983, ano de lançamento do Yamaha DX7 mark I, início dos anos 1980, quando os sintetizadores trabalhavam com dois, quatro osciladores, que são os elementos básicos de som por nota, com multitimbralidade, a faculdade de um sintetizador gerar mais de um timbre simultaneamente, pequena ou ainda inexistente, e com polifonia, o número de notas diferentes que podem ser executadas ao mesmo tempo, restrita, o Yamaha DX7 mark I surpreendeu. Entregou muitos recursos num preço acessível a músicos comuns, e não só a universidades ou milionários, como era o caso de outros mega sintetizadores que também disponibilizam síntese FM. 
      O DX7 e seu módulo Yamaha TX7 vinham com 16 vozes de polifonia e com 6 osciladores, com 8 parâmetros de envelope para cada oscilador, quem podiam ser combinados através de 32 algoritmos diferentes, mais ajustes de curvas para atenuar amplitude nas regiões do teclado, interagindo com velocidade e after touch das teclas, vários tipos de portamento, LFO, permitindo a criação de uma grande variedade de sons. Sim, o mark I ainda tinha multimbralidade de um instrumento (um por canal MIDI), mas seis operadores permitiam criar mesmo sessões de timbres, como metais e cordas, em camadas ou “splitando” o teclado em diversos timbres por regiões distintas.
3. Polifonia e protocolo MIDI - pioneirismo

      A memória do Yamaha DX7 mk I era totalmente RAM, regravável, vinha com 32 posições para o usuário programar seus timbres e já pré-programadas de fábrica (mas sem um factory reset disponível para o músico comum que desejasse reinicializar o teclado), mais cards Cartridge de memórias RAM ou ROM para mais timbres. Mas logo após seu lançamento mega cartuchos apareceram com vários bancos disponíveis para acesso imediato, assim como empresas ofereciam upgrades no hardware original para aumento de memória e outros recursos, mas não era só a função, o conteúdo, a qualidade do som que era seu diferencial, o formato do equipamento
      O design, seu painel, eram mágicos, únicos, sedutores, modernos até hoje. O DX7 usava switches de membrana plana, que permitiam que o músico acessasse todas as funções de som através de uma superfície plana por meio de botões no tom verde claro, como um painel de naves espaciais de filmes de ficção científica. Quatro conexões para pedais, “breath controller”, conexões de saída áudio (mono) e para fones de ouvidos, mais implementação MIDI, conexões IN, OUT e THRU, aliás o teclado Yamaha DX7 foi responsável pela popularização do protocolo MIDI, outra conquista desse pioneiro, o teclado mais vendido no mundo em todos os tempos. 

4. As teclas do DX7

      As teclas de um DX 7 original têm uma característica exclusiva, são curtas debaixo dos dedos, mas ainda assim “duras”, com uma boa resistência à pressão, deliciosas e únicas ao toque. Uma característica das teclas com relação ao protocolo MIDI é que elas ainda geravam “velocity” com valores de 1 a 100, e não de 1 a 128 (ou 0 a 127), coisa da primeira leva de equipamentos com MIDI. Se usarmos o teclado de um DX7 para controlar via MIDI outros equipamentos mais novos (que recebem “velocity” de 1 a 128), estaremos limitados a 100, não teremos acesso a toda a faixa de volume e outros ajustes do som do equipamento controlado. Em outras palavras, mesmo tocando com toda a força, o volume nunca alcançará seu máximo ou o filtro não abrirá o timbre com o maior brilho. 
      No uso inverso também pode ocorrer dificuldades, mas nesse caso pode ser ajustado. Usando um teclado externo mais novo para controlar o som de um teclado Yamaha DX7 ou de um módulo Yamaha TX7, a faixa de “velocity” 101 a 127 do teclado alcançará mais rapidamente o extremo (100) dos DX/TX, assim sentiremos que com pouca pressão das teclas o timbre dos DX/TX já chega ao volume máximo ou o brilho é “aberto” mais facilmente. Isso pode ser consertado ou ajustando a “velocity” dos operadores dos DX/TX ou adequando a curva de velocidade do teclado controlador MIDI. 



5. Quem consegue programar um DX7?

      Síntese FM de um teclado Yamaha DX7 mark I não é difícil de entender, mas é trabalhosa de operar, já que o timbre é produzido pela combinação dos 6 operadores, e não somente por ajuste de filtros sobre osciladores. A tempo, o Yamaha DX7 é bem mais que um sintetizador datado dos anos 80, quem pensa assim ainda não entendeu o que síntese FM significa. Mas uma coisa era um DX7, outra coisa era um DX7 bem programado, folhas de programação ou cartridges com ajustes prontos valiam ouro, mesmo um bom timbre de piano, que não fossem os elétricos simulando Rhodes ou os sinados maravilhosos e originais de fábrica, mas um piano mais acústico (ou mais Yamaha CP70, para ser mais correto), era procurado, disputado e cobrado caro. 
      A dificuldade começa em escolher o algoritmo certo, depois ajustar o valor de cada operador que funciona como modulador para criar formas de ondas adequadas ao timbre que estamos desejando chegar, programar portamento e LFO que conferem expressividade ao som, até chegar à programação da interação entre teclas e velocidades, finalizando com os ajustes dos controladores, after touch, pedais, bender/modulation wheel etc. Hoje milhares de arquivos sysex para FM synthesis de números variados de operadores são disponibilizados gratuitamente na internet, mas saibam os mais jovens, não era assim, principalmente para o músico brasileiro. 

Algoritmos originais dos Yamaha DX7 e TX7
6. Minha primeira experiência

      Nos anos 1980 eu trabalhava como analista de sistemas de computadores IBM, profissão que exerci por 14 anos, e apesar de ter experiência como músico erudito eu só tocava música gospel, foi só a partir dos anos 1990 que comecei a atuar como músico profissional em tempo integral. Mas devido à facilidade que profissionais de minha área têm com complicados manuais operacionais em inglês e com programação de máquinas, fui contatado em 1984, por um músico profissional para programar o Yamaha DX7 mark I que ele havia adquirido. Essa foi minha primeira experiência com os Yamaha DX/TX series, ao longo de minha vida tive mais de dez produtos dessas linhas, entre o mark I, o mark II, módulos etc. O músico que me contatou queria coisas simples como ajustar “adsr”, diminuir o “sustain” ou o “atack” de um timbre, aumentar o brilho de outro, hoje parece fácil mas não era. 
       Mas a verdade é que não é, porque um DX7 não é nada intuitivo, são números atrás de números em muitas telas sem nenhuma facilidade, nem tínhamos editores em computadores pessoais na época para facilitar o serviço. O método mais simples de se entender um equipamento é não ter medo de mexer, alterar os parâmetros e ver que diferença faz no som, tendo só o cuidado de não usar o comando “write”/“save” equivocadamente estragando algum patch original. Outro cuidado é sempre ter backups, algo que aprendi trabalhando com computadores, mas é importante que entendamos mais que números, mas o funcionamento da arquitetura da síntese que estamos operando, assim ler mais que o manual de operação é de suma importância para quem quer ser um programador de sintetizadores sério. 

7. Pianos Elétricos FM - Timbres Clássicos e Eternos

      O que me encantou e encanta até hoje é a qualidade do som produzido por um DX7 ou TX7 originais, a pureza de um som cristalino mesmo sem efeitos e equalizadores, a riqueza de harmônicos, o peso nos graves e o brilho nos agudos, identidade imortalizada principalmente nos pianos elétricos E. Piano 1 do Yamaha DX7 mk I, e Fulltines do Yamaha DX 7 mk II. Pensar que a princípio os programadores desses E.P.s originais só queriam simular o timbre dos pianos eletro-mecânicos Rhodes, contudo, acabaram criando timbres clássicos, usados e sampleado ad aeternum, que funcionam bem em qualquer banda, aparecem sem poluir, servindo tanto para ataques quanto para bases. 
      Sempre amarei os pianos elétricos do DX7, mas síntese FM também produz outros timbres de qualidade, como órgãos, percutidos (cordas beliscadas de violão, cravo etc), percussivos (vibrafone, marimba etc), e mesmo poly synths, brass e strings, que se forem ambientados com efeitos externos chorus/flanger pincelados com reverb/delays, ganham a profundidade desses timbres feitos em outros sintetizadores que criaram as referências desses sons. Penso, que quase quarenta anos depois, e com tudo o que já foi programado para síntese FM, muita coisa nova ainda pode ser feita com ela, as possibilidades são infinitas. 


8. Quantos bits? - o que mudou do mark I para o II

      Entre 1987 e 1989 foram lançados três modelos aperfeiçoados do modelo DX7 mark I chamados de mark II, todos contaram com circuito interno atualizado e com uma carcaça reestilizada:
    •  DX7 Smais memória, melhor implementação MIDI, mais fidelidade do som com 12-bit de ponto flutuante + 2 bits de analógico (o equivalente a 14 bits de gama dinâmica, mas sem signal-to-noise ratio) para um total linear de 15 bits (16 bits com o bit menos significativo não funcional) no conversor DAC.
    •  DX7 II D: equivalente ao DX7 S, mais memória (interna: 64 patches e 32 performances) mas com saídas de áudio estéreo, multitimbralidade de dois timbres para layer e split de timbres, microtuning, tela maior.
    • DX7 II FDidêntico ao DX7 II D, mas com unidade de disquete.
      A Yamaha projetou a série DX7 II de modo que os patches programados no original DX7 mk I fossem 100% compatíveis com os novos modelos, o que permitiu que os usuários tivessem acesso imediato a uma enorme biblioteca de timbres, bem como melhoras na resolução dos DAC's.
9. Viva a Síntese FM! Viva o teclado Yamaha DX7!

      O teclado Yamaha DX7 mk I, fabricado entre 1983 e 1986, não foi o primeiro equipamento com síntese FM da Yamaha, nem a descontinuação das DX/TX series representou o final do uso dessa síntese pela marca. Equipamentos foram lançados com números de operadores diferentes, com multitimbralidade, assim como arranjadores automáticos, além de sintetizadores e workstations, seguem alguns modelos da Yamaha que usaram síntese FM:

1. GS1 (1981) 
2. GS2 (1981)  
3. CE20 (1982) 
4. CE25 (1982)  
5. DX7 (1983) 
6. DX1 (1984) 
7. CX5M (1984)  
8. DX5 (1985) 
9. DX9 (1983)
10. DX11 (1988) 
11. DX21 (1986) 
12. DX27 (1986)
13. DX100 (1986) 
14. TX7 (1983) 
15. TX816 (1984)
16. TX81Z (1987) 
17. TX802 (1987) 
18. FB01 (1986)
19. DX7IIFD (1987) 
20. YS100 (1988) 
21. YS200 (1988)
22. EOS B200 (1988) 
23. DS55 (1988) 
24. V50 (1989)
25. TQ5 (1989) 
26. SY77 (1989) 
27. TG77 (1990)
28. TG33 (1990) 
29. SY99 (1991) 
30. SY35 (1992)
31. PLG100-DX (1997) 
32. FS1R (1998) 
33. PLG150-DX (1999)
34. DX200 (2001) 
35. REFACE DX (2015) 
36. MONTAGE (2016)


10. Links Yamaha DX/TX series - Informações e Patches

13. DX7 for Android - App Rockrelay Synth FM

José Osório de Souza, 13/04/2019
(Material original, esteja à vontade para compartilhar, mas por favor cite a fonte)