terça-feira, 31 de dezembro de 2019

App StepPolyArp Unit - muito mais que um mega arpejador

      Mais que um criador de múltiplos arpejadores, o que já seria muito bom, ele pode criar linhas de tipos variados de instrumentos, melódicos, harmônicos, rítmicos, que podem ser disparadas em tempo real por notas tocadas em controlador externo MIDI, sem atraso e sem engasgo, permitindo no iPad funcionalidade bem próxima a de arranjadores automáticos em hardware, isso com ampla e fácil programabilidade, não só para música eletrônica, mas também para estilos regionais brasileiros 

      A informação inicial que achei sobre esse aplicativo, no momento que comecei a usá-lo, me dizia que era um arpejador. Nas programações de fábrica encontrei no máximo alguns arpejos simultâneos para música eletrônica, usando menos do potencial que vi que ele tinha quando estudei melhor seus parâmetros disponíveis de programação. Quando criei o primeiro multi-arpejador no AUM com algumas instâncias do StepPolyArp Unit disparando linhas básicas de drums, bass, piano e brass, enxerguei as possibilidades, que não tinha achado em outros aplicativos musicais arpejadores, não com tanta eficiência e mesmo facilidade de programação. 
      Me senti no início dos anos 1990, quando fazia arranjos nos sequenciadores MIDI, programando playbacks de músicas inteiras para bailes, quando as coisas tinham que ser programadas na mão e do zero. O que aprendi naquela época uso até hoje. Com certeza muito músico mais jovem, acostumado a baixar coisas prontas e de graça na internet, terá que sair de sua zona de conforto para explorar as possibilidades, mas vale a pena. Programar o StepPolyArp Unit é tão recompensador quanto divertido, além de ser muito didático para quem quer aprender a destrinchar estilos rítmicos e criar arranjos instrumentais. 
      Existem muitos arpejadores para iOS, que podem receber programações sofisticadas e controlar via MIDI timbres de outros aplicativos musicais. O app StepPolyArp Unit, contudo, é bem mais que um arpejador. O que é um arpejador? Um arpejador convencional executa notas tocadas num acorde separadamente, em steps e movimentos pré-estabelecidos. Os movimentos tradicionais são de baixo para cima, de cima para baixo, os dois juntos, alternando entre um e outro, além dos modos programáveis onde cria-se sequências variáveis de intervalos. Escalas também pode ser definidas assim como a extensão onde os movimentos serão executados, o comum é abrir notas separadas sobre acordes, por isso o termo arpejo. 

O que há de diferente neste arpejador?

      A primeira coisa a saber é que o StepPolyArp Unit é AUv3, assim várias instâncias suas podem ser chamadas num roteador como o musical app AUM, cada uma enviando notas para aplicativos musicais diferentes ou instâncias AUv3 diferentes de um mesmo aplicativo. Ele não tem um limite (ou pelo menos não é um limite pequeno, de 8 ou 16 arpejos ou instâncias), assim, conjuntos de multi-arpejos, de notas soltas, de acordes, de instrumentos harmônicos ou de peças de kits de baterias, podem ser criados e executados simultaneamente, criando complexas texturas. 
      Ele tem seis modos de arpejos, mais um randômico e um para acordes, dessa forma ele pode ser polifônico, pode repetir o acorde original tocado sem executar um arpejo, propriamente dito. Outro recurso é que podemos escolher qual nota do acorde será executada, assim mesmo que toquemos a 3ª inversão (estado fundamental) de uma tríade maior, só a Tônica, 3ª M ou a 5ª J pode ser executada. Isso é interessante, por exemplo, para criar linhas de instrumentos monofônicos como baixos, isso é feito usando um índice. A partir da nota mais aguda tocada do acorde, as notas são indexadas com números crescentes, assim mesmo que se toque três notas, se usarmos o índice “2” só a segunda nota, no caso de uma tríade maior na 3ª inversão, a 3ª M, que é a 2ª nota do acorde, será tocada. Isso permite criar muitas possibilidades de acordes e de batidas diferentes, a partir de somente um acorde ou notas individuais. 
      A programação principal é feita numa matriz cuja coluna vertical pode ser ajustada por intervalos, por exemplo, -12, -8, -5, -3, -1, 0, +2, +4, +7, +9, +11, +12 etc, ou por tons, por exemplo, C1, C#1, D1, D#1, E1, F1, F#1, G1, G#1, A1, A1#, B1 etc, a partir da referência DO maior. A escolha é feita na tela “Line edit”, acessada pressionando e segurando um dos pontos da coluna vertical, com opções “Relative” para intervalos e “Absolute” para tons. A opção “Relative” cria arpejos que variam de tom conforme as notas são tocadas.
      A opção “Absolute” é interessante para criação de linha de bateria, assim as notas do arpejo programado são executadas indiferente do que se toca no teclado. Dessa forma, enquanto uma nota específica dispara uma linha de baixo no tom tocado por uma instância do aplicativo, em outra instância o bumbo e a caixa fixos em certas notas serão executados juntos. Esse é um recurso que não existe na maioria dos arpejadores cuja falta dificulta programação de bateria junto de instrumentos harmônicos. 
      A coluna horizontal da matriz coloca a nota ou acorde no tempo, que no StepPolyArp Unit pode ser selecionado em passos na tela “Speed”, variando de semibreves até semicolcheias, incluindo tercinas. A escolha da “Speed” aliada ao parâmetro “Lengths”, que define o tamanho do compasso, permite a definição de todo tipo de fórmula de compasso. O uso do parâmetro “Groove” também permite sincopar o ritmo, criando fórmulas de compasso divisíveis por três, como as dos ritmos blues, jazz, shuffle etc. 
     Contudo, um luxo do aplicativo são os parâmetros de expressão, que podem ser programados pela tela “View”, como “Velocity”, “Modulation”, “Pan”, “Volume”, “After touch” e “Bend”. Isso dá vida e dinâmica aos arpejos, trabalhando diretamente com Control Changes MIDI. O tamanho da nota não é limitado pelo “Speed”, pressionando a nota, segurando e depois puxando, pode-se aumentar ou diminuir seu tamanho.
      Além disso, pela tela “Event edit”, acessada pressionando e segurando uma nota, cada nota pode ser minuciosamente editada, como repetições dentro tempo definido pelo “step” (uma semicolcheia pode se transformar em fusas com uma “velocity curve” específica, criando ornamentos como trinados com expressão, crescente ou decrescente de volume). 

iOS e apps para arranjador automático

      Os arpejos do StepPolyArp Unit funcionam bem, os acordes são reconhecidos sem engasgo, assim podem funcionar como um arranjador automático para iOS. Existem aplicativos que geram essa funcionalidade em iOS, como o ORG2020, o One Man Band Live, outros como os arpejadores LayR-Multi Timbral e o RhythmBud AUv3 MIDI FX, esse último com custo mais baixo que os anteriores e ainda assim um arpejador poderoso, todos esses também possuem bons recursos para gerar acompanhamento automático. O Korg iWavestation vem com loops clássicos e tem uma programabilidade fantástica, ainda que complicada, nele uma nota tocada pode disparar várias linhas de instrumentos, mas ele só trabalha com seus sons internos.
      O StepPolyArp Unit, contudo, apesar de não ter timbres internos ou uma tela que simule o painel de arranjadores em hardware, tem muitos parâmetros para programação de arpejos, muitas possibilidades para criação de linhas vivas e ricas sem limite pequeno no número de arpejos simultâneos que o LayR, por exemplo, tem. Ele pode criar um engenho que pode substituir totalmente no iPad um teclado arranjador? Não, deveria no mínimo ter recursos para acionamento rápido de grupos de arpejos diferentes, para simular as “introduções”, “passagens”, “variações”, “finalizações” etc, que os teclados possuem. Nele, hoje, é como se tivéssemos só um grupo de arpejos de cada vez, só o estilo original, sem “variations” ou “fills”.
      Mas por poder criar um número bem grande de arpejos, podemos ligar e desligar essas instâncias, por exemplo, pelo roteador AUM, simulando as variações de estilos que os teclados possuem. Isso pode ser feito com MIDI learn, aliando acionamentos de recursos a controladores externos etc. Ainda que tenhamos que partir do zero nas programações, não há templates de fábrica para isso, digo, não para se emular estilos de teclados arranjadores automáticos, podemos criar templates e fazer novas programações sobre elas, o que facilita bem o trabalho. 

Exemplos de Ajustes


      1. Piano 1 (arpejo): neste primeiro exemplo o uso mais convencional do arpejador (em “Order” está selecionado movimento “up”, de baixo para cima), dessa forma um acorde é tocado e as notas são executadas uma a uma de acordo com o modo e outros ajustes selecionados; no exemplo cada nota do arpejo é executada em cada nota definida na linha horizontal, assim se tocarmos uma tríade maior de DO na inversão fundamental serão tocadas as notas Do, Mi e Sol, da região grave para a aguda, repetidamente, se começar do Do, quatro notas caberão num compasso, Do, Mi, Sol e Do novamente, na velocidade definida em “Speed”. 


      2. Piano 2 (acorde): com o modo acorde selecionado (última opção três barrinhas em “Order”) o acorde tocado é executado com as notas juntas, sem arpejo; veja que nesse exemplo foram definidas notas nos tempos fortes, assim se notas forem tocadas nos tempos fracos só serão reconhecidas no próximo tempo forte, é importante fazer a programação mais adequada para tocar determinada música, ainda que tenham uma mesma “batida”, mudanças mais rápidas ou mais lentas de acordes podem não executar o resultado desejado. 


      3. Baixo 1: neste exemplo só uma nota é executada (as notas estão marcadas com números, não com os símbolos “=“, “>”, “>|” etc), desse jeito ainda que um acorde de duas, três ou mais notas seja tocado, no exemplo, a de índice “1”, a 1ª nota mais aguda do acorde é que será executada nos três primeiros tempo e a 3ª nota, índice “3”, no quarto tempo; esse ajuste é interessante para linhas de baixo, lembrando que é preciso escolher a inversão melhor de acorde para tocar para que a nota que queremos que seja o baixo seja escolhida, no exemplo, como a 1ª; a 4ª nota do exemplo está com o índice “3”, que será, quando uma tríade na inversão fundamental for tocada, a 5ª justa, a nota que geralmente é usada para intercalar com a Tônica em linhas de contra-baixo.


      4. Baixo 2 (transpose): uma variação do exemplo anterior, mas usando um recurso que parece simples, mas que é poderoso no StepPolyArp Unit, foi usado o mesmo índice na 4ª nota, o índice “1”, mas transpondo-a “-5” meios-tons (veja que ela está numa linha vertical diferente), isso faz com que o DO, 1ª nota de uma tríade maior na inversão fundamental, seja transposto cinco meios-tons para baixo, tornando-o em SOL, que é a 5ª J de DO, assim como no exemplo anterior a 5ª J ainda será executada, mas informando isso de outra maneira para o arpejador; lembrando que a programação é sempre feita usando uma escala como referência, nos exemplos aqui, DO maior (isso pode ser ajustado no parâmetro “Scale”). 


      5. Brass 1: como no exemplo anterior, não é o acorde total tocado que é executado, mas só as notas dele com índices selecionados e reconhecidos, nesse exemplo foram marcados índices “2” e “3” na mesma nota (linha vertical “+0” foi repetida para a mesma nota receber índices diferentes), assim se tocarmos uma tríade maior em inversão fundamental só a 3ª M e a 5ª J serão executadas, a 2ª e a 3ª notas; veja que foi usado o modo 1 de arpejo, não o modo acorde, é isso que permite a execução só de notas selecionadas pelos índices; entenda que se uma nota for tocada, só uma nota será executada, ela mesma, como o arpejador não reconhece os índices “2” e “3” ele toca uma nota e pronto; mas se duas notas forem tocadas será executada a segunda, já que ele reconhece o índice “2”; para que duas notas sejam executadas é preciso tocar três ou mais notas, para que sejam reconhecidas os índices “2” e “3”. 


      6. Brass 2 (transpose): neste exemplo também só serão executadas as notas selecionadas, mas foi repetido o índice “1” com transposição diferente, em linhas verticais distintas, assim basta uma nota para gerar duas notas, uma idêntica à tocada e uma segunda, transposta “+7” meios tons acima, portanto se um DO for tocado um DO e um SOL serão executadas; esse ajuste é econômico, basta uma nota para executar duas, e ainda que várias sejam tocadas, só duas serão executadas, sempre; para foi usado o modo de arpejo “1”, assim são tocadas no máximo duas notas, mas se for usado o modo acorde (três barrinhas) serão executadas duas notas para cada nota do acorde tocada, usando sempre a referência do transpose, dessa forma se um DO e um MI forem tocados serão executadas um DO, um SOL (o DO transposto “+7”), um MI e um SI (o MI transposto “+7”). 


      7. Drums: nos exemplos anteriores somente o “Line edit Relative” foi usado, assim as notas executadas variam de acordo com o tom das notas tocadas, mas neste último exemplo foi usado o “Line edit Absolute”, ideal para kits de bateria; esse recurso permite que programemos as peças de bateria pelas notas que aparecem no kit, contudo, o disparo dessa linha é feito quando qualquer nota for tocada, não havendo alteração de tonalidade; repetindo, isso funciona bem quando muitos arpejos forem tocados ao mesmo tempo, baixo e piano, por exemplo, variando conforme o tom e notas indexadas, mas a bateria só sendo disparada, sem alteração de tom. 

Vídeos com programações de estilos para arranjador automático no iPad



      Na lista acima, vídeos com estilos, como de teclado arranjador automático, gerados pelo musical app StepPolyArp Unit no musical app AUM. Acordes tocados no teclado Waldman Krypton 25 com ajustes pelo controller Worlde Easycontrol.9 disparam os estilos em tempo real, o áudio dos vídeos não são playbacks. O StepPolyArp Unit reconhece o acorde e cria várias linhas de instrumentos de outro musical app. Tenho usado o Bismark bs-16i por ser GM, leve e com qualidade eficiente para a finalidade, mas qualquer app pode ser usado. 
      Os estilos são programações originais, baixe-os neste link: se preciso, pode ajusta-los ao teclado usado alterando as oitavas dos instrumentos, para facilitar é mais conveniente fazer isso nos apps de instrumentos (ou no fluxo do AUM), não no StepPolyArp Unit. Os estilos dos vídeos podem ser melhorados, principalmente os regionais brasileiros por programadores com mais experiência neles, mas eles podem ser usados como templates iniciais. A intenção é mostrar que o aplicativo pode gerar o recurso de arranjador automático em iOS mesmo em ritmos brasileiros. 


LINKS:


Matéria originalmente publicada na revista Teclas& Afins, edição de dezembro de 2019
José Osório de Souza - #músicosqueusamipad 

sábado, 21 de dezembro de 2019

Apps AUv3 filters & effects


      Uma das coisas que mais gosto do conceito DAW(AUM+”um monte de coisas”) são os apps AUv3/IAA de filtros (reverb, MIDI etc), no vídeo acima roteadas pelo musical app AUM, quatro instâncias do musical app Lush Pad Synthesizer, que puras têm sonoridades bem simples, recebendo notas de quatro instâncias do musical app AUv3 MIDI Atom, mas passando por oito apps AUv3 effects que transformam qualquer sonzinho em sonzão. 

Bleass Sidekick: foi utilizado num timbre de synthbass arpejado, mas através disso gerou bumbo de bateria, no exemplo um tipo de batida, mas muitas batidas e efeitos vêm de fábrica além das que podem ser feitas

SF1 Stereo Filter: dois filtros com três modos em cada com dual LFO mais pad XY para automação (todos os presets no link).

Perforator: manipulação de filtro num step sequencer que cria grooves e beats em estéreo a partir de notas únicas, assim uma semibreve se transforma numa sequência rítmica de colcheias, por exemplo. 

JAX Stereo Toolmanipula panorama esquerda-direita, balanço estéreo-mono (lados-centro), taxa de samples em phase, inverte canal etc (mais no link).

Filterstation2: 12 algoritmos de filtro, incluindo emulação MS20 e modelo clássico 914, modo VCA para trêmulo, LFO, etc

Bleass Filter: inspirado nos engenhos analógicos, filtro com LFO (todos os presets no link). 

Wilder: expansão de ambiência estéreo simples mas eficiente (mais no link).

Shimmer: muito mais que um reverb, combinando digital delay e pitch shifter cria ambiências harmoniosas, programadas por intervalos harmônicos.

Confira na AppStore nos links nos nomes dos apps

Assista no link mais vídeos com app AUM e 
apps AUv3 e IAA de efeitos, filtros, MIDI etc

domingo, 8 de dezembro de 2019

Um novo conceito para um novo mundo

      Penso que usar musical apps em iPad não é só passar de VSTs e plugins de computador para um dispositivo menor e com tela touchscreen, a possibilidade de se fazer música em iPad entrega um conceito. Usarão com mais eficiência esse conceito os que o entenderem e assumirem suas vantagens (e desvantagens, porque, sim, musical app em iPad ainda tem desvantagens, ainda que por pouco tempo). Simplesmente adaptar um conceito anterior, do computador, a uma plataforma nova, não permite ao músico fazer o melhor com essa nova plataforma. É claro que para toda mudança há uma resistência, normal em nós seres humanos, principalmente nos que já tinham obtido alguma proeminência no antigo. 
      A ideia antiga de produção musical, principalmente no Brasil (onde tudo é sempre mais difícil), era de ser cara e restrita, o avesso do conceito “home studio” que o computador começou a entregar para os músicos. Nessa ideia engenheiros e técnicos de som eram bruxos poderosos, conhecedores de arcanos ocultos. Mas mesmo adaptados à ideia de home studio em computador, muitos trouxeram ainda o conceito dos estúdios antigos, e quando veem para o iPad querem fazer do mesmo jeito que faziam no computador. Aí alguns se decepcionam e retrocedem, não seguindo no caminho também natural da evolução tecnológica, ou então, teimando em continuarem tendo monopólio dos arcanos, não querem fazer algo que qualquer um pode fazer. 
      iPad não é o celular que ficou maior, mas o computador que ficou mais prático, para uso doméstico e mesmo profissional de música e outras áreas, o iPad vai substituir o desktop em curto prazo, e para tudo em prazo um pouco maior. A ideia no iPad é ter o cérebro num aparelho pequeno, que poderá ser conectado aos terminais adequados, todos eles. Para os músicos, os teclados, pads etc, para os desenhistas, arquitetos, engenheiros etc, as mesas digitalizadoras, canetas etc, para o uso doméstico, os eletrodomésticos, sistema de iluminação, refrigeração, segurança etc, e por aí vai, isso é um caminho sem volta.
      Dessa forma a ideia, por exemplo, do aplicativo AUM, onde se desenha o DAW com o tamanho e as funcionalidades que se precisa para aquele trabalho, está mais no novo conceito que os complexos DAWs (ou as falecidas workstations em hardwares), onde todos os recursos possíveis para áudio, MIDI, sínteses, efeitos, masterização etc, estão disponíveis logo na abertura do engenho. A ideia é facilidade e adaptabilidade com democracia e para retorno rápido, não engenhos complicados que só podem ser usados por técnicos muito experientes e estudados, a ideia é abrir, não fechar. Isso prioriza a música, antes que a técnica, o talento, antes que o estudo, a criatividade, antes que os segredos e mazelas só conhecidos por alguns. Isso permite que todos expressem-se pela música rapidamente e sem intermediários, isso é o futuro? Não! É o presente. 

José Osório de Souza

sábado, 7 de dezembro de 2019

Apps Nikolozi Pty Ltd - NFM, NPD e Mela Synth



      O desenvolvedor #NikoloziPtyLtd tem três synths em apps para iPad. O NFM é um engenho de síntese FM de 6 operadores que produz a célebre sonoridade Yamaha DX7, incluindo E.P., efeitos e baixos. O NPD usa a síntese “phase distorcidos” conhecida nos synths Casio que além dos 44 presets de fábrica vem com um banco do Sound Of Izrael com mais 45 patches. O Mela Synth, último lançamento do desenvolvedor, emula “analog synth” e cria ótimos pads e polys complexos, dentre outros timbres. Os três apps juntos entregam uma biblioteca bem interessante de patches. No vídeo acima selecionei 9 patches, 3 de cada app, que nos permitem uma ideia das sonoridades criadas. 


Jam com com 6 instâncias dos apps Nikolozi Pty Ltd

      Developer #NikolosiPtyLtd has three synths for iPad apps. #NFM is a 6-operator #FMsynthesis engine that produces the famous Yamaha DX7 sound, including E.P., effects and basses. #NPD uses the #PhaseDistortion synthesis known in Casio synths which in addition to the 44 factory presets comes with a Sound Of Izrael bank with 45 more patches. #MelaSynth, the developer's latest release, emulates #analogsynth and creates great complex pads and polys, among other sounds. The three apps deliver a very interesting library of patches. In the video I selected 9 patches, 3 from each app, which give us an idea of ​​the sounds created. 


PlayList com demos de todos os patches dos três apps Nikolozi Pty Ltd

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

App RhythmBud AUv3 MIDI FX



AUv3 MIDI FX RhythmBud - ferramenta MIDI poderosa para o roteador AUM
Poison-202, mais que um emulador de synths vintage, um banco completo de timbres

      O musical app RhythmBud permite a criação de diversos arpejadores para controlar apps externos. Em minha busca pelo “graal arranjador automático para iOS” achei nesse outro belo app do desenvolvedor Cem Olcay uma opção bem interessante. Tentei usar o Bismark para receber os arpejos, que é mais leve, mas ele não tem as peças de bateria separadas, só os drum kits, assim descobri novamente porque o app Poison-202 é meu synth iOS favorito. 
      Além de ter todos aqueles timbres de vintage e clássicos de sintetizadores analógicos e digitais que amamos, ele tem timbres no padrão GM, sim, programados num engenho que emula Moog, bem eficientes. A começar por E.P.s, ouçam o estilo-wurlitzer que usei, mas também peças de bateria individuais que têm variação mais balanceada de afinação na extensão do teclado, kicks, snares, hihats etc, perfeitas por trabalhar com multi-arpejadores. 
      O resultado é o exemplo do vídeo: 11 instâncias do RhythmBud mandando notas pra 7 instâncias do Poison-202 disparadas pelo pad controller Nitrogen-16, mais 1 instância do Poison-202 tocada ao vivo no Krypton-25. Enfatizando, sem engasgo de polifonia (ajustando o AUM com o buffer size adequado). O disparo dos arpejadores aqui é feito usando uma única nota, assim fica bem adequado para usar com pad MIDI controller.


AUM MIDI routing usado

      Os hardwares MIDI controllers usados aparecem como Nitrogen16 e USB MIDI Controller (Krypton25). Os timbres Poison-202 n. 16 e n. 18  têm três entradas cada pois os mesmos dois timbres são usados por três arpejadores cada para gerarem dois acordes, E.P. e synth.

Todos os 20 flows usados

      Para download dos meus arquivos AUM usando o RhythmBud AUv3 MIDI FX use o link

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

App LayR-Multi Timbral Synthesizer

      O musical app LayR-Multi Timbral é um poderoso sintetizador com oito arpejadores, totalmente programável, com várias partes multitimbrais e 256 vozes de polifonia, são inúmeros elementos sonoros simultâneos. Sua estrutura funciona assim: uma performance é composta de vários instrumentos, cada instrumento é composto de vários layers, cada layer é um synth programável independente com dois osciladores. MIDI learn, IAA, AUv3, não é dos mais baratos, mas vale.



      No vídeo, tudo feito com o app LayR-Multi Timbral, pad controller Waldman Nitrogen16 dispara 7 arpejadores com 9 timbres diferentes, outros 2 timbres são tocados ao vivo pelo controller Waldman Kripton25 , ao todo 25 layers são usados. 
     


      Nesse outro vídeo, o pad controller Waldman Nitrogen16 dispara 8 arpejadores com 10 timbres diferentes, um 11º timbre é tocado ao vivo pelo controller Kripton25 , ao todo 39 layers são usados em programação original, 39 synths independentes e editáveis sem engasgo de polifonia e não foi usado o limite total do app.
      O Korg iWavestation tem um banco de samples maior e com instrumentos  acústicos, mas ele é mais chatinho de programar, já o iBassist tem boa qualidade mas é pesado e engasga, o LayR é mais fácil de programar, leve e poderoso para gerar reconhecimento de acordes em tempo real, funcionando bem como arranjador automático, só tem que se dar ao trabalho de programa-lo (no vídeo programação original).
      Para baixar minhas performances do LayR no GoogleDrive, incluindo as dos vídeos, entre no link. Use canal MIDI 1 para controlar disparo de acompanhamento automático na mão esquerda e o último canal (o maior) da performance (que varia de uma para outra) para tocar o timbre solo na mão direita. Performances “one note” devem ter arpejos disparados só com uma nota, as “chord” podem ser usados acordes para o disparo. 


Disparando arpejos polifônicos no LayR-Multi Timbral

       Usando arpejo polifônico: dica para o app LayR-Multi Timbral, mas útil para entender funcionamento geral de arpejadores (ainda que toquemos um acorde, normalmente o arpejo gera repetição de notas individuais separadamente, é monofônico, segue dica para repetir várias notas juntas).

- No 1º caso 3 partes multitimbrais são usadas no canal MIDI 7: nesse caso deve-se tocar somente 1 nota de cada vez no canal 7, como o mesmo timbre é usado nas 3 partes, 3 notas são geradas só que com tranposes diferentes (-1, 4 e 7), assim um acorde de 7ª M é construído, repito, tocando só uma nota (sendo 1/2 tom = 1, -1 torna DO em Si, 4 torna DO em MI e 7 torna DO em SOL, dessa forma tocando DO, um acorde com SI, MI e SOL é gerado). Não gerei a tônica (DO em DO maior), porque essa nota a parte multitimbral que faz o baixo já toca. Veja que o arpejador é ajustado de maneira simples, mas ele é usado só para repetir as notas, já que só tocamos uma nota. A vantagem desse jeito é que é mais fácil de tocar, só uma nota, mas a desvantagem é que ele só gera um tipo de acorde, no exemplo, de 7ª M.

- No 2º caso só 1 parte multitimbral é usada no canal MIDI 7: nesse caso o trabalho fica todo com o arpejador, aqui pode-se (e deve-se para gerar acordes) tocar mais de uma nota, a “transposição” é feita com o parâmetro “123 Indexed”. Deve-se usar mais de uma track no arpejador, no caso usei 3, todas no canal MIDI 7, mas com ajustes “Indexed” diferentes, 1 em uma track, 2 em outra e 3 em outra, esse parâmetro não arpeja todas as notas, mas só a selecionada de cada vez. O número no “Indexed” se refere a nota na ordem do acorde, da mais grave para a mais aguda, assim se tocarmos DO, MI e SOL, DO é 1, MI é 2 e SOL é 3. A vantagem desse jeito é que qualquer acorde tocado é gerado, usando só uma parte multitimbral, contudo, ele usa mais tracks no arpejador, uma para cada nota, e em se tratando do LayR, o arpejador trabalha no máximo com 8 tracks. 

- Uma outra dica é misturar os dois jeitos, usar o primeiro para gerar a tônica e a 5ª justa, essa última é comum tanto em acorde maior quanto em menor, com duas partes multitimbrais no mesmo canal MIDI, e esse recurso o Lay-R tem de sobra, depois usar o segundo jeito com “Indexed” para gerar a 3ª, M ou m, e dissonantes, isso economiza uma track do arpejador. 

      Abaixo vídeo demonstrando os dois casos, o 1º exemplo está num timbre de E.P. soft, o 2º num clavinete eletrônico (com wah-wah). 



quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

MIDI - unindo set iOS com hardwares

Meu set atual, hardware e iOS integrados, MIDI e áudio:


- uso a interface Steinberg com todos os recursos;
- uso fonte na Steinberg além de USB 3 no iPad 5 também com fonte e hub 3.0, isso permite comunicação de áudio e MIDI e fornece energia aos Krypton, Nitrogen e Worlde; 
- módulo TX7 controlado por vários hardwares passando por interface, iPad 5 com roteador e MIDI merge do A30; 
- órgão TX5 usa apps no iPad 2, mas áudio dele e do iPad 2 são recebidos no iPad 5, gravados, etc...; 
- falantes amplificados ligados à Steinberg, assim controlo áudio final, usando a Behringer só como mixer de entrada. 

      Tentei aproveitar bem o protocolo MIDI (5 pins e USB), praticamente muitos tocam muitos, isso é muito interessante usando dezenas de musical apps em iPads ao mesmo tempo. Fiz o fluxograma com o aplicativo iThoughts (mindmap), recomendo principalmente aos ensinadores. 

      No início dos anos 1990, quando os synths tinham pouca polifonia e multitimbralidade, o protocolo MIDI, que já estava em ação desde 1983, atingiu seu clímax, módulos eram valorizados, pra aumentar o número de timbres que podiam ser tocados simultaneamente. As bandas de baile abusaram dessa ferramenta, o sequencer Roland Micro Composer MC50 mk II era muito popular, e os profissionais tinham mais de um no setup para compensar os limitados disquetes que cabiam poucas músicas e precisavam de um tempo para carregar. Assim, enquanto um sequencer tocava, o outro era carregado para estar pronto para uma nova seção do repertório. 
      Eu me sinto feliz por ter participado dessa época do MIDI, dei cursos para muitos bons músicos sobre o protocolo na região de Campinas/SP, e criei muito playback no padrão SMF/GM para bandas, bons tempos. Bem, as workstations evoluíram, a polifonia aumentou, a multitimbralidade aumentou, e os computadores ficaram mais poderosos e mais acessíveis. Assim ao mesmo tempo que podia-se fazer muito com um só teclado, a gravação de áudio se tornou mais comum e com mais qualidade. A gravação digital de áudio teve seu auge e o MIDI ficou um pouco esquecido.
      Contudo, eis que o MIDI ressurge, e agora por cabo USB e por bluetooth, com o iPad se tornando um hardware poderoso e independente e os controladores, de teclas, de pads, de knobs, sliders, switches etc, necessários para completar o setup iOS. Bem, eu, que estou sempre aberto para novidades, principalmente as de bom custo benefício, que não são só luxo para alguns que querem ter algo só porque é caro, também tenho meus saudosismos. Mas nesse caso, não é saudosismo não, o que é bom, nunca morre, assim é o piano acústico, o órgão Hammond, os pianos Rhodes e Wurlitzer, o Moog e tantos sintetizadores que sempre serão emulados e sampleados pela sonoridade única que possuem. MIDI é para sempre.

#músicosqueusamipad

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Apps iceWorks - Xenon, Argon, Kronecker, Lorentz, Redshrike, Laplace e Mersenne


     O desenvolvedor iceWorks possui vários apps, cada um com suas peculiaridades e cada um com algo de especial nas sonoridades que produzem:

- Xenon: groover com 4 synths (VA/FM/Formant/PCM) + 1 drums + sequencer, delay 
- Argon: synth monofônico com 3 osciladores (dispostos verticalmente para síntese FM), delay 
- Kronecker: gerador de loops com 4 partes cada uma com 1 FM tone + 1 noise, delay 
- Lorentz: synth polifônico com 4 osc.s (saw+pulse+sub+noise) + 2 env.s, chorus+delay
- Redshrike: synth com “violenta” distorção com 1 FM tone + sub + noise, sonoridade mais distorcida, chorus+delay+reverb 
- Laplace: synth de modelagem física com 1 FM sine + (click/noise), chorus+delay+reverb
- Mersenne: synth com 2 FM tones + noise cada um com env.s próprios, chorus+delay+reverb 

      Esses engenhos são IAA, e com exceção do Xenon e do Argon, todos são AUv3, têm arpejador (programados num step sequencer) mestre que funciona fácil, painel intuitivo, LFOs e filtros e podem ser programados com MIDI learn abrangente (o Argon não tem MIDI learn). O “Resonator”, presente no Kronecker, Lorentz, Laplace, Redshrike e Mersenne e em alguns dobrado, é um recurso que permite criar sons vivos sincronizando filtros, pitches, LFOs e envelopes. Os apps não soam como emuladores de analógicos clássicos (Moog etc...), com sonoridade mais rude, digamos assim, têm uma característica digital, suave (FM), mas isso não é defeito. Achei neles timbres que não havia achado em outros engenhos, prazerosos de tocar, bem úteis e em boa quantidade, apesar das bibliotecas não serem tão grandes (em alguns é bem pequena).

      O Xenon é um pequeno DAW, 4 synths + drums + sequencer:

- 1 synth poly (VA, FM, Format e PCM, 2 osciladores)
- 2 synths monos (Virtual Analog, 2 osciladores)
- 1 PCM poly (112 timbres incluindo “pianos”, 1 oscilador) 
- 1 Drums: 6 peças, biblioteca de 14 kits e 185 timbres editáveis 
- Sequencer com 16 steps, 99 patterns e 320 compassos 
- Passe horizontalmente o dedo na tela pra ter acesso a outras telas, dentro de cada parte, como ajustes de filtro
- Só um efeito delay stereo; mixer 
- Ajuste Multi Timbre MIDI Mode (nas Configurações do iPad) para responder a 5 canais MIDI externos simultâneos (1 a 5, respectivamente, com demais canais para parte 1 também)
- Synths monos são úteis, brass, leads e baixos básicos
- A biblioteca de bateria e percussão é imensa e boa
- Synths poly, pads, pianos, órgãos etc, um ou outro até que é bom 
- IAA limitado (mas que o AUM pode dar jeito) 
- Pode melhorar se usado com AUv3 effects e filters já que os patches são simples mas consistentes e em quantidade 
- Barato apesar dos pontos fracos, mas pelos fortes, biblioteca de drums e leads, pode acrescentar boas possibilidades de timbres para as nossas produções

      O Argon possui 3 osciladores (3 formas de onda, noise e formant no 1º osc, 3 formas e noise nos outros dois) que podem ser posicionados um sobre o o outro para criação de síntese FM. Apesar de ter formato de tela para iPhone (pequeno), que gera o inconveniente de termos que deslizar a tela para ter acesso aos parâmetros, é um engenho poderoso que pode gerar sonoridades bem abrangentes de timbres, é mais forte que alguns dos outros engenhos da iceWorks e absurdamente barato, US$ 1,99 (R$ 7,90). Só é IAA, só tem efeito delay, possui arpejador que pode ser programado num step sequencer com 8 memórias para patterns, tem gravador de loops e vem com duas bibliotecas de 64 patches de fábrica (bancos Factory e Sinevibes) acessados diretamente na tela com dois toques (pads 8 x 8 ). Outras 64 memórias de usuário estão disponíveis para novos patches. Um engenho bem programado de fábrica pelo desenvolvedor, incluindo o modulation wheel (que nos outros apps do desenvolvedor vêm sem ajuste) com uma coleção incrível de bons leads. 

      O Kronecker, esse app me surpreendeu, se o desenvolvedor disponibilizasse mais presets usando os recursos, com certeza venderia mais, os factory se limitaram a uma visão do engenho, mas ele pode mais. Aqui cabe uma dica, entender de fato as especificações do aplicativo relacionadas na AppStore, ainda que em inglês (muitas delas) e só com termos técnicos. O ideal é avaliarmos um engenho não por seus presets de fábrica mas por sua arquitetura que muitas vezes pode fazer bem mais que o demonstrando nos presets. Cada partícula é formada por 2 elementos, um tone FM e um noise (os ruídos sem tom definido com os quais programamos os instrumentos de bateria e percussão), assim são 8 elementos independentes num patch controlados por 4 arpejos editáveis (que funcionam como um sequencer 16 step time), além de LFOs. O delay stereo do app é sofisticado e acrescenta harmônicos sincronizados. No vídeo, a programação é minha, com certeza pode ser melhor, mas dá pra se ter uma ideia do poder do app, e só usei arpejos das partículas, nem usei o arpejador mestre. 
      O Kronecker é AUv3 assim podemos combinar vários patches montando um arranjo que pode ser tocado em tempo real bem complexo. A dica é montar bumbo, caixa e baixo básicos e depois programar arpejos diferentes nos arpejos das partículas e salvar nas users, montando um banco de estilos diversificados. Acionando o “mono retrigger” e o “hold” os loops são acionados com uma única tecla e permanecem mesmo sem tocarmos o teclado. O engenho não usa samples, só ondas puras, assim é leve. O app não possui gravador MIDI interno, só usei os patches tocados em tempo real. Por mais apps assim, além do Korg iWavestation, temos o Kaspar da Yonac (com 8 engenhos e 8 arpejadores), por exemplo (ambos bem chatinhos de programar), com múltiplos arpejos, mas criadores de loops aliados a um banco econômico de samples, nem precisa ser grande, permitiria criar um arranjador automático no iOS eficiente, não pesado como o iBassist. 

      O Lorentz, em especial, tem bons pads, strings, brass, enfim, timbres polifônicos, mas também faz bem basses e leads, a possibilidade de criar timbres com 4 formas de ondas diferentes permite cores bem diversificadas. 

      O Redshrike permite uma sonoridade distorcida que cria bem baixos, keys e leads além de polifônicos com efeitos. 

      O Laplace cria sonoridades sofisticadas com noise (ruídos), strings plucked, metálicos, sopros e percussivos, timbres de fato diferenciados e que enriquecem nossos repertórios de patches para jams. O timbre cordas com arco (também com sonoridade FM “Yamaha DX7”) me impressionou (01 - Poly Strings 1” Factory Preset), fantástico um timbre criado com síntese digital pura, não baseado em samples, forte, expressivo, realista.

      O Mersenne produz uma variedade de timbres sinados (bells, aliás uma especialidade da síntese FM), tipo “steel drums” e percussivos, eficientes para arpejos, com harmônicos lindíssimos, poucos engenhos são especialistas nesse tipo de timbre usando síntese pura e não baseada em samples, só 24 presets de fábrica.


Confira no Youtube vídeos com demos dos apps

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

App GadGet - entendendo-o melhor (updated)


      O app Korg GadGet é um aplicativo poderoso, possui um gravador/sequencer MIDI para apps Korg e apps não Korg, mas também possui dentro dele outros engenhos independentes de sintetizadores, baixos, drums, samplers, efeitos etc. Com tanta coisa podemos nos esquecer de alguns recursos que parecem estar escondidos dentro dele. Seguem os 43 engenhos do GadGet até o momento (42+1efeito), agrupados para sabermos melhor o que temos nas mãos. 
      Tirando o grupo de engenhos para usar os apps Module e da Legacy Collection, que podem ser baixados gratuitamente depois que compramos os apps “standalones” (que funcionam fora e sem o GadGet), dentre os outros engenhos tem alguns gratuítos ou que vêm com a compra original do GadGet. Nesses, existem sintetizadores e drum&bass machines (com drums loops prontos inclusive) com bons bancos de timbres, convém conferi-los.
      É preciso dizer algo em defesa dos musical apps Korg para iOS, quando criticamos o fato deles não serem AUv3 ou serem fechados para serem usados com outros apps em roteadores e DAWs, com tantos recursos, tantos engenhos, tantos timbres, tanto poder de produção e gravação de MIDI e áudio, num aplicativo como o GadGet e todos os engenhos com os quais ele pode interagir, para que precisamos que sejam mais abertos? 
      De fato, eles se bastam, e com muita eficiência para criações musicais de todos os estilos e com toda espécie de instrumentos. Com certeza a Korg está de parabéns por ter tomado a dianteira na produção de ferramentas para iOS, antes que outras marcas tradicionais de instrumentos e softwares musicais o fizessem até o momento. Que bom seria termos grades semelhantes, por exemplo, de sintetizadores vintage Yamaha e Roland, para iOS.

- Para usar Korg Module Sounds 

Alexandria - órgãos
Firenze - clavinetes 
Glasgow - strings, brass, synths
Montreal - pianos elétricos e eletro-mecânicos 
Salzburg - pianos acústicos 

- Para usar Legacy Collection para iOS

Darwin - iM1 
Lexington - ODYSSEi 
Memphis - iMS-20 
Milpitas - iWavestation 
Montpellier - iMono/Poly 
Pompei - iPolysix 
Warszawa - iElectribe Wave 

- Timbres variados, acústicos e sintetizadores 

Marseille - polyphonic PCM synthesizer

- Sintetizadores 

Berlin - monophonic synchronized synthesizer 
Brussels - monophonic anthem synthesizer  
Dublin - monophonic semi-modular synthesizer 
Miami - monophonic wobble synthesizer

Chiang Mai - variable phase modulation synthesizer
Ebina - Taito arcade synthesizer 
Kamata - wavetable synthesizer 
Kiev - spacial digital synthesizer 

Helsinki - polyphonic ambiente synthesizer 
Kingston - polyphonic ship synthesizer 
Lisbon - polyphonic sci-fi synthesizer 
Phoenix - polypohnic analog synthesizer 
Wolfsburg - hybrid polyphonic synthesizer 

- Bass machines 

Chicago - tube bass machine 
Madrid - dynamic bass machine 

- Drum machines  

Amsterdan - PCM SFX boombox 
Gladstone - acoustic drum machine 
London - hypersonic PCM drum module 
Otorii - Sega 16-bit drum machine 
Recife - futuristic drum machine
Tokyo - analog percussion synthesizer

- Samplers 

AbuDhabi - dynamic loop slicer (drum machine)
Bilbao - lightning sampler player (drum machine)
Stockholm - octo sampler loop 
Vancouver - layering melody sampler 

- Gravador de áudio

Zurich - universal audio recorder 

- Efeitos  

DeeMax - loundness maximizer (compra no “edit” do engenho) 
Durban - bass effects 
Rosario - guitar effects 

- Para usar aplicativos externos não Korg 

Taipei - MIDI out 

domingo, 1 de dezembro de 2019

Teclado Waldman Krypton 25 - review


     Pesquisei bastante à procura de equipamentos baratos e com recursos para completar meu set com iPad, como sempre digo, ferramenta ideal é a eficiente para o trabalho que fazemos e barata para o nosso bolso. A melhor mas cara ou a barata mas ineficiente não são aquisições inteligentes, não nos dias atuais. Achei o teclado Waldman Krypton 25, é uma opção barata para ser o 2º MIDI controller ligado ao iPad para disparar acordes e loops? Mais do que isso, são só 25 teclas, mas eficientes para executar solos e sua sensibilidade pesada é ideal para timbres de synths leads, como os dos emuladores de Moog e analógicos (apesar das teclas serem vazadas, a sensibilidade surpreendeu as mãos desse velho pianista). 

      Os ajustes de transpose, à esquerda, logo acima do pitch bend/modulation, agilizam bastante mudanças rápidas de oitavas durante uma jam. Suas conexões traseiras também dão a ele recursos completos para MIDI e carga de energia, pode-se fazer conexão MIDI com cabo 5 pin convencional assim como com cabo USB, que permite carga de energia simultânea com o MIDI. Mas pode ser carregado também por fonte de energia externa (que não vem com ele), assim não compromete a bateria do iPad. O ideal é usar o adaptador Apple USB 3 que permite a conexão MIDI e carga de energia para o iPad e para o teclado com autonomia total.
      O acesso às funções pelas teclas musicais também pode ser feito bem rapidamente, é bem intuitivo, quando se acostuma nem atrapalha (muito) a performance. Eu prefiri o Krypton 25 ao modelo Carbon 25 da Waldman porque apesar desse último ter mais conexões e controladores MIDI no painel, ele pode custar o dobro do preço. Contudo, pelo preço de muitos teclados controladores pode-se adquirir dois, o Krypton 25 mais o Waldman Nitrogen 16, esse possui muitas conexões traseiras (MIDI in e out, USB, 2 pedais e fonte de energia externa) mais todos os controladores MIDI necessários no painel (pads, sliders, knobs e switches). 

      Apesar dos equipamentos Waldman serem recheados de recursos, os manuais de usuário disponibilizados são ruins, muita coisa temos que descobrir sozinhos, na tentativa, erro e acerto. Como eu disse, esses controladores formam um set secundário para ser adicionado a um teclado de cinco oitavas, pelo menos, isso tudo monta um set com muitas possibilidades para controlar a imensa biblioteca de musical apps que podemos ter em iPad por um ótimo custo-beneficio. A princípio os equipamentos Waldman (apesar das cores, branco e roxo, seres um pouco chamativas) são bem resistentes, teclas e pads têm uma pressão profissional sob os dedos, mas só o tempo dirá por quanto tempo eles permanecem assim, bem, nada é para sempre.

      Teclado Waldman Krypton 25, especificações: 

• 25 Teclas grandes 
• 4 Dials endereçáveis independentes
• 1 Fader deslizante endereçável
• Pitch Bend/Modulation Wheels 
• 2 Botões endereçáveis de dados
• 1 Botão de edição (Edit), chave play e status de edição
• 1 Botão de comutar grupo de função dos dials 
• Teclado multifuncional que pode oferecer funções como: Program Change, Banco, Sensibilidade, Tempo, Mute, Snap Shot etc
• 1 conexão endereçável para pedal 
• 1 conexão MIDI (out)
• 1 conexão USB 2.0

Vídeos com equipamentos Waldman Nitrogen 16 e Krypton 25 por Zé Osório